segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Crítica: "Um Método Perigoso" ("A Dangerous Method", 2011) de David Cronenberg

David Cronenberg não realizava um filme desde 2007 em que nos brindou com "Promessas Perigosas" ("Eastern Promises"). Pensava-se até que o realizador de "A Mosca" ("The Fly", 1986) teria parado de vez. Mas não. Regressou agora em força, e realizou dois filmes de uma assentada. Este "Um Método Perigoso" ("A Dangerous Method") que estreou a semana passada e "Cosmopolis" que estreia no próximo ano.
Em 1907, Sigmund Freud (Viggo Mortensen) e Carl Jung (Michael Fassbender) iniciam uma parceria que iria mudar o rumo das ciências da mente assim como o das suas próprias vidas. Seis anos depois, tudo isso se altera e eles tornam-se antagónicos, tanto no que diz respeito às suas considerações científicas como no que se refere às questões de foro íntimo. Entre os dois, para além das divergências de pensamento, surge Sabina Spielrein (Keira Knightley), uma jovem russa de 18 anos internada no Hospital Psiquiátrico de Burgholzli. Com diagnóstico de psicose histérica e tratada através dos recentes métodos psicanalíticos, ela torna-se paciente e amante de Jung e, mais tarde, em colega e confidente de Freud. Isto, antes de se tornar numa psicanalista de renome.
Com "Um Método Perigoso" Cronenberg continua a explorar o corpo (e a mente) como já anteriormente o fez. Não da mesma maneira como o explorou de forma mais bem sucedida. Aqui o corpo tem tanta importância como tem a mente. Daí que o realizador tenha escolhido Keira Knightley para interpretar a super expressiva Sabina Spielrein. A actriz britânica tem um dos seus melhores papéis no cinema, já se fala de uma nomeação aos Oscars. Contudo o filme tende a parecer chato e com uma história particularmente pouco interessante, mas não é bem assim. Pode realmente haver uma ligeira falha no argumento, mas as interpretações e a realização são de uma primazia exemplar. Cronenberg prova que continua com um excelente olho para a realização e não se esqueceu do que o seu público quer. Contudo, talvez o argumento do livro "A Most Dangerous Method" de Jonh Kerr funcione melhor em peça de teatro ("The Talking Cure" de Christopher Hampton), como tem efectivamente funcionado.
Classificação: 4 estrelas em 5.

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